Não nasci no Porto, mas nos últimos sete
anos da minha vida adoptei a cidade como a minha “segunda casa”. E como
qualquer pessoa que muda de “casa” criei novos hábitos e habituei-me a um novo ambiente.
Mas, o que ainda me continua a fascinar no Porto são os seus diferentes
“sotaques”. Há a pronúncia do Norte tão aclamada, usada e vulgarizada por
diversos humoristas e actores. E depois há a “verdadeira” pronúncia da Ribeira,
da Sé, os pregões do Bolhão e as diferentes pronúncias que se espalham pelo
concelho do Porto. É desta orquestra de sons que o “verdadeiro” Porto é feito.
A todo este conjunto juntam-se as expressões típicas que, sem darmos por isso,
rapidamente entram no nosso vocabulário. E para conhecer esta parte do Porto,
este Porto, não chega “andar de cú tremido” pela cidade ou ir a um café e pedir
um cimbalino ou um fino. Para conhecer este Porto é preciso não ser “morcom”,
sair de casa, percorrer as ruas e ruelas, ver e ouvir quem “berga a mola” todos
os dia. Eu gosto desta singularidade, desta raça e espontaneidade, que faz com
que as palavras ganhem outra dimensão. São expressões que carregam com elas
histórias da cidade e do seu passado. É cultura! É identidade!
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