quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Insensibilidade ao mais alto nível …

… ou a dor dos outros a mim não me afecta parece que começa a ser o lema de alguns jornalistas ou jornalismo “matinal”.

De microfone na mão e perante os familiares, que anseiam saber notícias sobre o naufrágio dos pescadores, um (era bom que só tivesse sido um!) jornalista pergunta:

- Como é que se sente? O seu marido/filho/tio/pai/irmão está desaparecido no mar desde de ontem. Como é que se sente?

- O seu marido/filho/tio/pai/irmão era o ganha-pão lá de casa, agora que as hipóteses de ele aparecer com vida são escassas, como é que se sente?

A sério? Estão à espera que respondam o quê?

- Estou óptima! Há anos que andava para me livrar dele.

- Até equilibrar as contas vamos ter de entrar num regime forçado. Mas tudo bem, eu até estava a precisar de fazer uma dieta.

Quando metem um microfone em frente a uma pessoa que inevitavelmente já não tem esperança de rever com vida os seus familiares … será que custa muito parar para pensar antes de abrir a boca e “vomitar” uma pergunta? Será que nunca perderam ninguém? Será que ainda se lembram como é que se sentiram ou a profissão e a sede por audiências congelou os sentimentos?

Haja pachorra para tanta insensibilidade! E que só falta começarem a fazer isto:
 
Imagem retirada da Internet
 

8 comentários:

  1. Espero que nunca cheguem a tanto, mas que lá têm andado por perto, lá isso têm. Não consigo entender esta capacidade de desligar da dor alheia... :(
    Beijinhos Nina

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  2. fiz esse comentário quando estava a almoçar e a ver as noticias! Que frieza, meus Deus!

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  3. As pessoas estão mesmo afogadas em mágoa e agonia! E depois vêm os microfones!

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    1. ... e o circo está montado para mais uma sessão de "telejornal" de desgraças alheias.

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  4. Eles dizem que é porque é importante informar.Enfim:(

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